“Se eu trabalhar mais, sinto que abandono meus filhos. Se me dedicar mais à família, sinto que estou falhando profissionalmente.”
Esse é o dilema vivido por muitas mulheres — pesquisas mostram que cerca de 40% das que trabalham fora enfrentam essa angústia, quase sempre acompanhada de culpa.Mas é preciso compreender: essa dor não é só sua. Ela nasce de um sistema cultural que historicamente atribuiu à mulher a responsabilidade quase exclusiva de cuidar dos filhos. Reconhecer isso é um passo fundamental.
E há algo importante de se lembrar: trabalhar também é um ato de amor. Ao se dedicar à carreira, a mãe garante recursos, constrói um exemplo de força e autonomia, e mostra aos filhos que é possível sonhar e assumir responsabilidades.
Outro ponto essencial é a qualidade da presença. O que vale mais: 10 horas ao lado dos filhos, mas distraída, sem real atenção, ou 10 minutos de diálogo, carinho e escuta genuína? É esse tempo de conexão plena que deixa marcas mais profundas.
E atenção: não existe mãe perfeita. Não há manual. Existe apenas a mãe real, que se cansa, que erra, que também tem desejos próprios. Ser gentil consigo mesma é fundamental para viver em paz.
Pedir ajuda e contar com uma rede de apoio, quando possível, também faz parte desse processo.
Lembre-se: o amor pelo seu filho não diminui porque você trabalha. Pelo contrário — ele se fortalece quando você se permite estar inteira consigo mesma.